6 de dez. de 2009
Jack Vettriano
DERMOGRAFISMO
Há poros vermelhos
em ritmos errantes,
na de-cadência
de notas dissonantes.
Pele que arde
inteira
por fulgor incontido
nos labirintos dodecafônicos
de células em colisão.
Há irritação rubra
de pele
e de alma
quando em suspensão,
me vejo só
em desvios.
Pele que coça
ardência de pele
derme queimando
Irritação.
Como se não houvesse remédios,
remediar a alma.
Quero esfriá-la
na suave brisa da noite.
Vem
afaga,
sussurra
em minhas orelhas ardentes
que já me tem
o sorriso desértico de uma flor.
Há que se perder
nas calmarias distantes
de uma mudança de pele.
As geleiras se desfazem
e inundam os trópicos.
Ana Paula Perissé