6 de dez. de 2009
Brungilda
Perdida com Brinco de Pérolas
Teu olhar,
tuas mãos distantes,
me afaga a alma e
me agita os poros.
(O ecoar da tua voz
em minhas nervuras
é frêmita sinfonia desconhecida )
Ah! Stravinsky...
Notas dissonantes encontram
ritmo
em meu corpo nu,
sintonia carnal que já me preenche
de sermos nossos.
e é pelo tato ardido,
quase doído
que se faz
(roçar de chamas)
e é pelo beijo molhado
mordidas tensas
que nos faremos
extasiados.
através deste calor,
esfregaço de corpos
nos faremos artistas,
poetas, talvez,
de um arder divinal.
O alarme da carne ansiosa
é sirene incessante,
Escuta-me!
O tremor diáfano das minhas células
em desencanto
me atordoam o espírito,
Toca-me!
Arranha-me!
E o silêncio que me grita reverbera,
sem ecos,
no pulsar de um coração que ainda lateja.
Vertigem abissal de querer-te.
Ana Paula Perissé