Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa



23 de jan. de 2012

Valeria Corvino



As tuas mãos


Como podem tuas mãos ser em mim fogo e água
E atearem labaredas e correrem como um rio
E matarem minha sede e serem fogo e arrepio
E serem chama e calor
E serem húmidas brasas
E serem sólidos os teus dedos
E em mim nascerem asas
E voar nas tuas mãos
Fogo, água e arrepio
Tremer ardendo de paixão
E desfazer-me em gotas de água
Entre os teus dedos
Nas tuas mãos
Minha prisão e minhas asas.

Encandescente