6 de dez. de 2010
Drew Darcy
SONETO 269 A SAFO
Poeta, poetisa, ator, atriz.
Em Lesbos, Paraíba masculina,
verbera do amor grego a voz divina
na musa, semideusa, irmã, matriz.
Depois de mares, séculos, brasis,
Paraguaçu, Bartira, Leopoldina,
a Xica, a dona Bêja, a nordestina,
Florbela Espanca, cá como em Paris.
As que não desejaram, desejadas,
cientes ou então à revelia,
se tornam fadas, dadas, camaradas.
Na terra da ancestral filosofia
raríssimas poetas são safadas;
Milhares de mulheres, hoje em dia.
Glauco Mattoso

